TERMOTERAPIA OU CRIOTERAPIA
Esta é umas das questões mais frequentes na prática clínica, a aplicação de água nas suas diversas formas favorece a melhora dos sintomas e auxilia na reabilitação das lesões, sendo muito útil, de fácil acesso e baixo custo. Assim vamos explicar seus efeitos e suas indicações.
Tanto o calor como o frio podem ser formas efetivas no tratamento de lesões e dores, porém a escolha se baseia em vários fatores que podem definir a escolha correta, são elas: estágio da inflamação, dor, área a ser tratada.
Estágio da inflamação: na fase aguda o gelo é o mais indicado, devido aliviar a dor, reduzir o sangramento e possível edema, visto que nessa fase ocorrem calor e rubor decorrente da vasodilatação que leva ao local afetado uma maior quantidade de sangue (hiperemia) e tumor que se dá pelo aumento da permeabilidade vascular que permite o extravasamento de líquidos, formando assim o edema. O calor nessa fase pode exacerbar o processo inflamatório e os sintomas, não sendo o mais indicado.
Dor: ambos ajudam a aliviar os sintomas, o frio pode ter o efeito mais prolongado, porém em alguns pacientes pode causar aumento da dor devido à intolerância ao frio.
Áreas a ser tratada: algumas áreas são mais sensíveis, tais como mãos e pés, assim o frio pode causar desconforto.
A crioterapia será a primeira opção quando a lesão ou dor for aguda, devido à capacidade de diminuir o metabolismo, reduzindo o risco de danos a musculatura e articulação, ajudando no controle da formação de edema.
Existem várias formas de aplicação para a crioterapia, são elas: compressas geladas (gelo picado), compressas de gel, imersão em água e gelo e spray químico. Sendo a aplicação por compressa gelada a forma mais eficaz, devido sua penetração ser mais profunda e efeito mais duradouro.
A sensação inicial não é confortável, você vai sentir sensação de frio entre 1 a 3 minutos, queimação entre 2 a 7 minutos e a analgesia (alivio da dor) entre 5 a 12 minutos. Muitos pacientes não aguentam e acabam abandonando a utilização do gelo, mas após várias repetições o desconforto tende a diminuir, tornando sua aplicação mais aceitável. Seu tempo de uso não deve exceder de 20 a 30 minutos, sendo o mais recomendado 20 minutos, visto que reduz em até 29,4% a velocidade dos transmissores dos impulsos dolorosos, perdurando o alívio por cerca de 30 minutos após sua retirada, sua aplicação deve ter intervalo de repouso que pode chegar até 90 minutos (uma hora e meia), sendo repetido de 2 a 4 vezes ao dia ou conforme a necessidade de cada paciente, em Pós Operatório imediato, este intervalo pode ser reduzido conforme prescrito pelo profissional.
A crioterapia é muito utilizada associada ao Conceito Price (proteção, repouso, gelo, compressão, elevação).
Indicações: lesões musculares e ligamentares, entorses, traumas agudos, luxações, estiramentos, edemas e hematomas.
Contra indicações: doença de Raynaud, doença reumatóide, diabetes, regiões com falta de sensibilidade, circulação comprometida, tecidos lesados e infectados e feridas abertas.
Cuidados: sempre proteger a pele e não exceder o tempo de aplicação evitando o risco de lesão na pele e outras estruturas, podendo causar uma necrose (morte do tecido).
A termoterapia é mais agradável e confortável, porém existem certas situações para a sua utilização, tais como: contraturas e tensões musculares, torcicolos, dores na coluna e quando na fase crônica não houver melhora com gelo ou pela intolerância ao frio.
O calor auxilia na redução da dor, na rigidez articular, espamos musculares, aumentam o metabolismo e fluxo sanguíneo.
Existe o calor profundo, muito utilizado na Fisioterapia, dentre eles o Ultrassom, Ondas Curtas e Microondas, já o calor superficial, suas formas mais comumente usadas são compressas e bolsas. As compressas podem ser secas ou úmidas, acredita-se que a compressa seca aumente a temperatura superficialmente, a úmida eleva a temperatura a níveis mais profundos (ex: músculos). As bolsas além de manterem o calor por mais tempo, sem a necessidade de ficar aquecendo, são mais cômodas na sua aplicação. Lembrando que ambas necessitam de atenção para evitar risco de queimaduras, assim a temperatura deve ser confortável e não insuportável. Sempre proteger a pele no caso da escolha ser a bolsa, observar a presença de manchas vermelhas ou bolhas após um período, isto pode ser sinal de queimaduras. Seu tempo de aplicação será de 30 minutos, podendo ser repetido várias vezes ao dia conforme a necessidade do paciente, mas com intervalo de pelo menos uma hora.
Mas é importante a orientação de um profissional qualificado para que sua recuperação seja realizada de forma a lhe proporcionar os melhores resultados.
Referências:
Eletroterapia Prática baseada em Evidências, 11ª edição, Sheila kitchen.
Eletrotermoterapia Teoria e Prática, Prof. Dr. Jones E. Agne.
Profisio, Fisioterapia Esportiva e Traumato - Ortopédica, ciclo 3, volume 1, Artmed.